Num sítio ermo em Baltar, entre vales e veredas, lá para os lados de Vandoma, o encontro estava marcado para aquela noite.
A noite começou a baixar a pouco e pouco. Na magia das sombras das trevas o feitiço se deu. Roupa lúgubre, chapéu de bico alto e abas preto, botas de biqueira fina… Era obrigatório comparecer conforme mandava o figurino.
Na escuridão da noite e no meio da neblina surge um portão enorme de ferro que se ia abrindo conforme os convidados iam chegando.
Por um caminho sinuoso, archotes e velas iam demarcando em direcção à Gruta…
Hipnotizada pelo encanto da magia da noite das bruxas fui levada àquele lugar retirado e recôndito.
Uma Caverna soturna me esperava.
Chegada finalmente à cavidade da Gruta sobre o manto negro…
À entrada, velas e caveiras nos recebiam. Lá dentro uma música soturna e diabólica nos convidava a entrar.
Entrei.
Uma enorme teia decorava o meio da sala. Aranhas, corvos e morcegos, cobras e lagartos… baba de serpentes escorriam nas paredes… defuntos pálidos prostrados espalhados pelos cantos…lanternas tortas de ferro enferrujado iluminavam as sombras bizarras que desenhavam silhuetas de corpos deformados.
O espaço era assombroso e ao mesmo tempo fantástico. Quase parecia real e que duma forma surreal levava a qualquer um a desbravar minuciosamente aquela escuridão.
As sombras aos poucos e poucos iam-se definindo por entre aquela luminosidade. E as bruxas iam aparecendo.
Era chegado o momento marcado para o encontro das bruxas. Bruxas feias, bruxas más, bruxas ruins…
A festa ia começar.
Com a musica mirabolante elas dançavam, cantavam, gargalhavam-se e espoliavam-se….
As caldeiras coziam em fumaça e as fumadas se faziam… Arroz de penas e bicos de aves, tarte de vísceras e dejectos de gafanhotos e sardaniscas… pataniscas de pelos de tarântulas, perninhas de aranhas fritas… bola de línguas e orelhas de cobra e de lagartos… rissóis de unhas e cabelos de cotovias velhas…sangue de morcego, urina de cavalo….
Após a ceia foi lida a ordem dos trabalhos das bruxas.
Por entre corredores estreitos seguiu-se em direcção aos fundos da caverna ao encontro dos Oráculos.
Búzios, cartas, bola de cristal e quiromancia. Entre si as bruxas se consultavam e faziam as suas profecias.
Falavam dos desamores, das desventuras e desilusões… e previam piores dias nas suas confissões.
Cansadas, exaustas, esgotadas…por entre as sombras da noite iam-se diluindo em regresso aos seus lares.
2h30.
Tirei o chapéu, tirei as botas bicudas, despi a roupa que trazia. Tomei um duche e deitei-me.
No conforto do meu leito, no escuro do meu quarto, entre as sombras imaginárias voltei de novo àquele lugar … para repor todo o mau-olhado que tinha trazido comigo.
Adormeci.
Na escuridão da noite e no meio da neblina surge um portão enorme de ferro que se ia abrindo conforme os convidados iam chegando.
Por um caminho sinuoso, archotes e velas iam demarcando em direcção à Gruta…
Hipnotizada pelo encanto da magia da noite das bruxas fui levada àquele lugar retirado e recôndito.
Uma Caverna soturna me esperava.
Chegada finalmente à cavidade da Gruta sobre o manto negro…
À entrada, velas e caveiras nos recebiam. Lá dentro uma música soturna e diabólica nos convidava a entrar.
Entrei.
Uma enorme teia decorava o meio da sala. Aranhas, corvos e morcegos, cobras e lagartos… baba de serpentes escorriam nas paredes… defuntos pálidos prostrados espalhados pelos cantos…lanternas tortas de ferro enferrujado iluminavam as sombras bizarras que desenhavam silhuetas de corpos deformados.
O espaço era assombroso e ao mesmo tempo fantástico. Quase parecia real e que duma forma surreal levava a qualquer um a desbravar minuciosamente aquela escuridão.
As sombras aos poucos e poucos iam-se definindo por entre aquela luminosidade. E as bruxas iam aparecendo.
Era chegado o momento marcado para o encontro das bruxas. Bruxas feias, bruxas más, bruxas ruins…
A festa ia começar.
Com a musica mirabolante elas dançavam, cantavam, gargalhavam-se e espoliavam-se….
As caldeiras coziam em fumaça e as fumadas se faziam… Arroz de penas e bicos de aves, tarte de vísceras e dejectos de gafanhotos e sardaniscas… pataniscas de pelos de tarântulas, perninhas de aranhas fritas… bola de línguas e orelhas de cobra e de lagartos… rissóis de unhas e cabelos de cotovias velhas…sangue de morcego, urina de cavalo….
Após a ceia foi lida a ordem dos trabalhos das bruxas.
Por entre corredores estreitos seguiu-se em direcção aos fundos da caverna ao encontro dos Oráculos.
Búzios, cartas, bola de cristal e quiromancia. Entre si as bruxas se consultavam e faziam as suas profecias.
Falavam dos desamores, das desventuras e desilusões… e previam piores dias nas suas confissões.
Cansadas, exaustas, esgotadas…por entre as sombras da noite iam-se diluindo em regresso aos seus lares.
2h30.
Tirei o chapéu, tirei as botas bicudas, despi a roupa que trazia. Tomei um duche e deitei-me.
No conforto do meu leito, no escuro do meu quarto, entre as sombras imaginárias voltei de novo àquele lugar … para repor todo o mau-olhado que tinha trazido comigo.
Adormeci.
Maria Cristina Quartas
Nota: Obrigada querido "J" por me teres levado a este mundo fantástico.
1 comentário:
Olá Cristina.
Estou a seguir o seu Blogue e revejo-me no que é o seu pensamento e também nos temas que nos trás a esta geografia virtual.
Estou a tentar organizar um "Congresso de Deuses" na minha terra natal.
Não é brincadeira é de facto um projecto que tenho na "gaveta".
Quando tiver mais,substância e conteudos,conto consigo
Dax d'Alent
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