domingo, 8 de novembro de 2009

Falemos de sexo sem tabus: "Fazer amor com sexo ou fazer sexo com amor"

Por Maria Cristina Quartas
Hoje vamos conversar um bocadinho sobre sexo...
O homem das civilizações mais primitivas tinha uma ideia completamente diferente da nossa no que se refere ao sexo.
O sexo era usado instintivamente de dois modos fundamentais: como meio de auto-reprodução e de multiplicação da espécie; e como meio de se realizar o ímpeto atractivo entre duas polaridades opostas, por uma necessidade fisiológica.
O sexo sempre foi algo muito valorizado pela sua importância. Sabe-se que nos agrupamentos humanos primitivos a grande maioria dos rituais era ligada à magia sexual. Por isso existem em ruínas figurações do "falus" (= órgão sexual masculino) pelo seu valor de representação prática para a sobrevivência das espécies, sob todos os pontos de vista.

Já no homem mais evoluído o sexo é utilizado sob duplo aspecto: prazer e reprodução.

Por um lado, o sentido prático da reprodução, e por outro, o lado mágico imposto pelo mistério que era o nascimento de um novo ser. Portanto, os cultos fálicos não eram dirigidos à motividade, mas sim à fecundidade, pois, se abolissem o sexo, por certo não haveria descendentes, e uma tribo pequena era presa fácil para as outras maiores.

Durante séculos, o sexo para a mulher foi visto como forma de reprodução e só. Não restando a ela outra função para o acto, tendo em vista que o prazer feminino era reprimido ao extremo.
Assistimos hoje em dia a mudanças, que diria quase radicais, no que concerne aos conceitos da sexualidade da mulher.
Graças à informação a que todos têm acesso, o sexo passou a fazer parte do quotidiano, não ficando limitado apenas à concepção, mas fazendo com que a mulher se sentisse valorizada e que a sua auto-estima fosse elevada.
Sem pretender ser discriminativa, penso que essa revolução é mais verificada e acentuada nos conceitos da mulher do que no homem, no que respeita à sua aceitação, libertação e postura perante o sexo oposto. Já há muito o homem desejava uma postura diferente na mulher.
Embora, a nossa educação e cultura fizesse sempre predominar os conceitos e valores ligados (em grande parte) à religião e aos conceitos de “Mulher” na nossa Sociedade.
A postura do homem tem sido, ao longo dos tempos, muito mais natural e diria menos hipócrita. Assumem muito mais que a mulher a sua necessidade fisiológica e envolvem-se muito mais, duma forma mais declarada na conquista e obtenção do prazer carnal.
Fazem-se muitos julgamentos acerca da postura do homem, relativamente a ele procurar outras mulheres além daquela que escolheu para sua “donna”.
Pois bem, será caso para perguntar, porque faz ele isso? Será que o faz para se afirmar “macho-viril-potente” ou a sua companheira não o realiza devidamente nas proporções necessárias à sua realização sexual? De qualquer forma, sabemos que os conflitos causados por esse tipo de situações nada são agradáveis (numa sociedade em que predomina a monogamia) e que naturalmente é sempre almejado a harmonia entre o casal.

Muitos são os factores que duma forma directa ou indirecta contribuem para a emancipação e libertação da mulher hoje em dia. Aspectos relacionados com a organização social, as normas culturais e morais, a conjuntura histórica e a expectativa dos papéis sexuais… Permitem à mulher uma maior independência e autonomia que lhe favorece novas maneiras de pensar, de ver e de estar no mundo.
Desta forma, muitos mitos e preconceitos que envolvem o acto sexual em si, tenderão a desaparecer para dar um novo conceito de Mulher.Um outro fenómeno social que está a emergir tem a ver com a “temporalidade das coisas”. Estamos numa Era Moderna, a qual se caracteriza por uma "sociedade de consumo” – um consumismo rápido. O homem vive pelo prazer imediato das coisas, sem estar a fazer futurologia ou a pensar no dia de amanhã. As coisas e as acções tendem a ser temporais e não eternas.

Até o “amor romântico” já está a cair em desuso. Pois segundo os ideais do romantismo um amor deveria ser perpétuo…




Hoje em dia nada mais é eterno. Tudo é temporal e casual.
Há quem diga, que assim se vive melhor e se goza mais a vida, tirando dela o que a cada momento nos aparece de bom (como se cada momento fosse o último da nossa vida).
Considero assim, que temos necessidade de actualizar os nossos padrões de vida e modos de vivência.
Urge repensar os conceitos de sexualidade da mulher. E principalmente aquelas que passam por situação de divórcio, porque após a sua separação vão encontrar um mundo completamente diferente do que estavam habituadas e para o qual foram educadas.
Carentes, vulneráveis, fragilizadas… saídas duma relação que viveram durante anos, numa convivência menos aberta e, se não, tantas das vezes, uma experiência de castre e de renegação… sentem-se agora mais esperançadas em encontrar um rumo mais certo para as suas vidas, caem facilmente em promessas falseadas de homens menos escrupulosos. As suas expectativas são altas naquilo que almejam encontrar e, perante os piropos e lisonjeios, criam sentimentos exacerbados de ilusão e paixão.
É comum assistirmos ao erro de, passado pouco tempo, estarem a envolver-se afectivamente com alguém. E é sentença lida, que após algum tempo, as lágrimas voltam, pelo desencanto da desilusão e pela frustração de mais uma relação fracassada.
A fase pós divorcio deverá ser vivida da forma mais serena possível e com a introspecção necessária ao amadurecimento e reconstrução interior.
Obviamente, só poderemos gostar de alguém duma forma saudável se nos sentirmos bem connosco próprios, seguros, e autónomos – ou seja, equilibrados.
Sendo o sexo extremamente importante quer a nível físico e psicológico, para o equilíbrio, bem estar-estar e confiança da mulher, ela tem que estar preparada para enfrentar novas relações.
E quando se recomeça uma nova vida activa é preciso que a mulher seja bastante honesta com ela própria: ou procura uma relação sexual ou procura um relacionamento afectivo.
Sabemos que ambos são possíveis em simultâneo, mas há que começar por algum lado.
Pode-se ter vários tipos de relações com pessoas diferentes. Uns serem só amigos, outros grandes amigos, e outros ainda, amigos “coloridos”. Isto enquanto não se encontra a pessoa certa (a seu tempo ela aparecerá com certeza) para um relacionamento mais profundo de compromisso.

Os homens gostam que as mulheres assumam a sua sexualidade. E, por outro lado, faz com que elas se sintam mais autênticas e confiantes.
O sentimento de admiração que um homem sente por uma mulher pela forma como ela se assume já é, por si só, uma forma de afecto e que gera um grande grau de respeito.
Saber discernir o que pretendemos antes de mais e depois saber fazer a selecção dentro daquilo que queremos. E nunca esquecer, são as mulheres que escolhem o companheiro sexual. Sempre! E não ao contrário como se diz por aí.