tag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post5424326272837417600..comments2023-07-12T04:28:10.877-07:00Comments on LABIRINTO: "O mistério da noite e dos prazeres da alvorada". Por Maria Cristina QuartasMaria Cristina Quartashttp://www.blogger.com/profile/09849222336498911496noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-45356693938864222412010-11-11T01:52:20.797-08:002010-11-11T01:52:20.797-08:00Thanks :)
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Estou estático… com o corp...Boa noite Cristina...<br /> <br />Estou estático… com o corpo dormente e a pele enregelada a contemplar a beleza e a harmonia da sua narrativa!<br /><br />Ao ler o seu texto senti-me a percorrer o espaço da sua maravilhosa aventura nocturna de há trinta e poucos anos atrás na aldeia de Mós do Douro, “a minha Terra”.<br />Até me parece que conheço todos os pormenores que descreve do interior da sua casa, mas não, apenas a conheço por fora e aos espaços e caminhas que a circundam. Cada pormenor me encantou! Visualizei-os como de imagens minhas se tratassem. Percorri com o meu "olhar" interior todos os cantos da casa que descreveu! Vi os “salta rostos (osgas)”, os grilos, as aranhas…sei lá que mais. Até o pormenor gravado nas telhas me pereceu real, apesar de nunca ter ouvido falar na Fábrica de Cerâmica de Ermesinde (e moro bem perto).<br /><br /> No entanto, caí na realidade quando invocou nomes de pessoas das Mós que perdurarão para sempre na minha memória. “D.ª Susana”, “Sr. Amadeu”, e “Sr. Zé Bichança”. Este último (Zé Bichança) bateu fundo no meu coração porque se trata do meu avô materno. A descrição que fez das falas e expressões que ele empregou vezes sem conta para pôr ordem no o seu rebanho, e que entoaram por montes e vales durienses e da Beira Alta (chegou a deslocar o seu rebanho até à Serra da Estrela), transportaram-me para um mundo que pensava perdido na memória colectiva das Mós.<br />Que bom haver alguém que nos faz viajar ao passado! Continue a maravilhar-me (e aos Mosense e não Mosenses) com tão belos textos sobre os tempos idos (e espero que presentes e futuros também) em que vivemos numa singela aldeia de gente humilde e graciosa protegida por montes belos e generosos. <br /><br />Bem-haja, <br /><br />Luís Sequeira (Corticeiro para os das Mós)Corticeironoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-60108775089479795682010-02-01T16:54:05.991-08:002010-02-01T16:54:05.991-08:00Maria Cristina:
Espero que não me leve a mal, mas ...Maria Cristina:<br />Espero que não me leve a mal, mas não resisti à tentação de levar estas palavras ao alto de Santa Bárbara (publicando-as no blog) e, aí, as deixar cair sobre a aldeia, espalhando com elas a beleza do amanhecer nas Mós.<br />Receba um forte abraço de amizade.blog dAsMóshttps://www.blogger.com/profile/07612582867811448592noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-984395646122896192010-01-31T16:29:11.997-08:002010-01-31T16:29:11.997-08:00Ao ler-te Cristina, eu volto a ser aquele menino c...Ao ler-te Cristina, eu volto a ser aquele menino calado, de olhar distraído, num mundo muito próprio, só meu, que um dia conheceste. Quando me dou conta, as tuas palavras levam-me com elas, dão-me a mão e me acompanham no pensamento por aquelas ruas sinuosas, aqui e ali polvilhadas dos excrementos dos animais, a escutar os sons típicos de uma aldeia viva e alegre. O cheiro do azeite, do alecrim, da palha e orvalhada, tudo misturado num único odor como que invadisse de novo as minhas narinas, como se estivesse lá numa manhã solarenga, sentado à soleira da porta da cozinha na casa dos meus avós. Estou a ver a minha avó lá dentro na cozinha a fritar as bôlas de azeite. Ao fundo da rua vem o meu avô que chega com o macho pela rédea. Carregado com fardos de palha, o macho trás na armação de ferro quatro cântaros azuis cheios de água do fontanário. A minha avó chama por mim e pede-me que vá num instante à casa da minha Tia Ilda buscar açúcar. Numa corrida desenfreada chego lá depressa e sou recebido pelo seu sorriso aberto da minha tia. Logo logo fico perdido num mar de beijinhos. Olá Tio Farrincha, o que faz? Anda cá malandreco, não sabes o que é? É uma miniatura da igreja, toda em paus de fósforos e é para ser leiloada na festa. Está parecida ou quê? E deixo-o com a sua habitual gargalhada de satisfação de quem sabe que é feliz. A fugir do calor do sol volto pelas sombras com um açucareiro na mão. Olha quem vem ali, o Tio Calça Branca! O que tem tio, o senhor está branco como a cale daquela casa, o que foi? Bem tento perceber o que ele resmunga mas mal o entendo. Sei depois contado pelo meu avô que alguém voltou a jorrar pela janela para a rua a água da bacia com que provavelmente lavou a cara. Foi por um triz que não lhe estragou a fatiota, continuou a gracejar. Ainda a lambuzar os dedos dos doces de amêndoa e das bôlas, eu e o meu irmão damos uma valente corrida até ao terreiro. A carrinha do pão chega ao mesmo tempo, insistente a buzinar e a chamar o povo para a venda, mas não era por ela a nossa pressa. A nossa vontade leva-nos mais longe, leva-nos para um mundo de aventuras que vivíamos intensamente com os amigos habituais e outros ocasionais que, ano a ano, íamos conhecendo. Sabes Cristina, as tuas palavras são como fotografias que não temos em filme ou papel mas só gravadas na cabeça. Pequenas lembranças, momentos, recordações e pormenores que são familiares e que preservei com todo o amor no meu pequeno baú de memórias.paulofskihttps://www.blogger.com/profile/09473167801968699211noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-83483438175579219822010-01-29T06:26:07.899-08:002010-01-29T06:26:07.899-08:00como em Dourointeiro, as silhuetas dos contos surg...como em Dourointeiro, as silhuetas dos contos surgem inesperadamente. Histórias de vidas, de gentes e locais que são o contributo certo no aumentar da imensa riqueza e do património literário de um país antigo. <br />Quem bom é sentir a prosa fluir e deixar tão importante legado.<br />ParabénsM. Araujohttp://dourolindo.blogspot.comnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-89627400239885096292010-01-29T03:01:22.063-08:002010-01-29T03:01:22.063-08:00...excelente deambular pelas lembranças
...perfeit......excelente deambular pelas lembranças<br />...perfeita descrição de todos os elementos<br />...parabénslobiceshttps://www.blogger.com/profile/05627310536590382975noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3916782675432835259.post-43966187255638541762010-01-29T03:00:20.741-08:002010-01-29T03:00:20.741-08:00…OUVINDO A NOITE
…sentado nesta cadeira de frent...…OUVINDO A NOITE<br /><br /><br />…sentado nesta cadeira de frente para o meu computador, numa mesa de madeira, branca de sua cor, eu teclo nas letras paradas ao redor dos meus dedos…preparo um texto, sem contexto, com uma textura qualquer, talvez de amargura…não me preocupa a forma, nem as palavras que me vão deslizar pelos dedos e destes para o écran que, de vez em quando, olho prevenindo um possível erro de escrita…não me preocupa o tema, mesmo que sem lema não se torna um dilema neste plural sistema de escrever prosa ou poema…<br />…trata-se de fazer deslizar apenas o teclado pelos meus dedos e deixar sair as palavras da minha mente numa constante busca da semente do significado para aquilo que estou a fazer neste momento…e que faço eu, nesta hora, aqui, sozinho e agora, batendo lento ou apressado nas teclas do meu teclado…olho em frente e vejo um relógio que marca as horas lentas que passam por mim e que marcam o tempo de viver a sorrir e a amar…tudo e todos, sem olhar a quem…somente por amar…<br />…e que espero eu obter desse amargor doce da alma que sofrendo não chora, pelo contrário, vive e implora…e que espero eu senão encontrar o caminho mais leve que me percorra o corpo como quente neve branca como o luar que lá fora, no céu cinzento, teima em espreitar numa noite fria de chuva que se aproxima do meu solitário estar…<br />…não percorro os corredores do dia que passou nem choro as lágrimas que retive dos acontecimentos que por mim passaram como uma brisa leve pousando no lugar onde estou e me sinto pairar dentro do meu próprio eu…<br />…procuro o sentido da vida que não encontro, numa procura constante de mim mesmo, na luta insana da loucura que afasto de mim nem que seja por um instante…<br />…e esse instante está chegando na forma da noite que se aproxima, daquele estado de espírito que me anima, pois a solidão resta a meu lado sem um mudo som nem qualquer grito abafado de dor…<br />…e aqui fico…<br />…esperando a noite chegar para nela me agachar e aninhar…povoar nela os meus sonhos de aqui me sentir e de aqui gostar de estar, neste lado do meu mundo, sozinho, de dia ou de noite, a mim próprio mentindo…<br />…mentindo-me em constante delírio duma busca que ufana luta me provoca na mente que, pensando, não me escuta…<br />…e não me oiço a pensar, nem quero sequer isso imaginar; oiço apenas a noite chegar e a sua escuridão me abraçar, sem me possuir nem me ter, apenas me rodeando de um leve prazer por ouvir os seus sons sobre mim verter…<br />…e vertem-se esses sons em pancadas surdas de palavras mudas, livres e desnudas de sentido ou de intenção…<br />…a noite traz paz ao meu coração…Ouvindo-a, fico sossegado e dou a mim próprio a minha própria mão…segurando-me para não a possuir…para ficar aqui e não ir…<br />…senti-la apenas num, pequeno que seja, luxuriante som…<br />…Ouvindo a noite, parto para o êxtase do meu ser, não pretendendo ver, apenas ouvi-la…<br />…dentro de mim, a bater…lobiceshttps://www.blogger.com/profile/05627310536590382975noreply@blogger.com